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Lugar do jornalista: no centro das tensões

Resumo
Autora: Cremilda Medina
Imprensa, rádio, televisão, revistas semanais ou jornalismo on-line foram tomados pela informação de acento político. Ninguém perde tempo em analisar se a mídia impressa aprofunda mais do que a mídia eletrônica, se a velocidade da internet atropela ou não o periódico. Pelo contrário, os fatos jornalísticos vão se sedimentando com a colaboração multimídia.
Este recorte contemporâneo aponta também para o eixo do profissionalismo que se concentra no repórter, mediador social por excelência. A captura das informações e a capacidade de articular nexos dão ao repórter condições interpretativas e autorais invejáveis; o jornalista que descobre, observa, ouve e rege a polifonia e a polissemia social.
Um jornalista jovem, ou maduro, atualizado vive outra motivação enquanto produtor cultural: dar significação aos acontecimentos, cruzando dados políticos, econômicos, culturais, artísticos, filosóficos, religiosos ou provenientes das sabedorias locais O repórter-autor, capaz de relacionar os múltiplos significados da realidade, está multo adiante, como profissional, daquele velho setorista de imprensa da primeira metade do século passado ou do jornalista especializado da segunda metade.
O jornalismo, na sua plenitude, exerce a mediação das tensões. A reportagem, ao captar as múltiplas verdades da guerra simbólica, sem perder a referência da coletividade, desmascara a verdade absoluta e as verdades particularizadas.
O jornalismo contemporâneo foi Além do Quarto Poder, porque a compreensão de poder se tornou mais complexa. Noções como inclusão e exclusão, qualidade de vida, direitos humanos e da natureza ultrapassam a esfera clássica dos poderes republicanos e da democracia liberal. O profissional que dá significado a tudo isso, ao narrar o que se passa à sua volta, não pode se ater às versões dominantes (direito divino), nem se constituir em tribuno (direito liberal) de determinadas motivações político-econômicas. Seu lugar é, acima de tudo, o da inquietude da viagem: o repórter se empenha no muito perguntar, muito ouvir e observar, muito pesquisar e estudar na batalha conflitiva dos sentidos.

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