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A febre dos blogs de política

GRUPO 7 – Adynne Souza, Ariane Alves e Verônica Boaventura

Disponível em: http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/viewFile/3257/3084

Reflexão do grupo

Weblogs são publicações cotidianas que surgiram na internet na década de 90 e que rapidamente tornaram-se fenômeno de popularidade. Esse tipo de mídia possui características peculiares à auto-expressão, interação e cooperação entre emissores e receptores, caracterizando o tipo de linguagem em horizontal e democrático. Os três autores estudam, particularmente, os blogs de política. A escolha foi feita justamente por estarem diante de uma esfera discursiva que, mesmo restrita, dada à barreira econômica, o acesso é mais fácil. Para alguns autores, a tecnologia traz benefícios em termos democráticos. Para outros, os blogs não são utilizados em sua totalidade tecnológica.
Em 2005, com a crise política e o escândalo do mensalão, a proliferação deste meio de comunicação foi enorme, pelo menos aqui no Brasil. Os brasileiros fizeram dos blogs políticos uma espécie de botequim, onde os cidadãos ávidos podiam se expressar e discutir os temas que saíam na mídia. Outra característica observada foi a canalização de um certo público participativo dividido em interessados em política e interessados em escândalos. Esses leitores, por questões de credibilidade, colocaram jornalistas renomados na frente dos blogs, tornando-os autoridades cognitivas, capazez de desvendar e ditar os temas a serem discutidos em seus blogs.
Assim definiu-se o que é “Blog jornalístico” e “Blog de opinião”. O primeiro tem como frente um grande portal ou um grande nome na área de comunicação na frente do mesmo e o emissor não emite opinião sobre os assuntos discutidos, apenas coloca um texto de referência e abre discussões, é um blog informativo. Não se pode esquecer que essa tecnologia é autorreguladora e que existe censura nesse meio. Muitos posts são retirados das discussões por não atenderem a ideia do mediador ou do veículo no qual esse blog está inserido. Os blogs de opinião são, como o nome já diz, opinativos. Seus mediadores comentam os textos postados e fomentam discussões. Lógico que a censura aqui acontece igual ao outro.
Nesse trabalho específico foram analisados 12 blogs. O blog de Ricardo Noblat, inicialmente no portal IG e desde novembro no Estado de São Paulo, tornou-se objeto central em nossa pesquisa dada sua visibilidade, ritmo de atualização e relevância política. A pesquisa incluiu também os blogs dos colunistas de política do jornal carioca O Globo – Jorge Bastos Moreno, Tereza Cruvinel, Helena Chagas e Ilimar Franco –, os do UOL, de Josias de Souza (Nos Bastidores do Poder) e Fernando Rodrigues, e os independentes O Biscoito Fino e a Massa, de Idelber Avelar, Por um punhado de pixels, de Nemo Nox, Direita, de Giovani McDonald, o blog de Alexandre Soares Silva e o Política, poesia e putaria (Cavalo Verde), de Erik M. Virgulino de Souza, Leo Pinto, Augusto César e Emanuel Grilo.
Os autores notaram que o blog do Noblat mantinha, em termos absolutos, o maior número de visitantes únicos por mês, no entanto, ficava bem atrás dos blogueiros do portal UOL quando se trata de acessos domésticos. Isso significa que existe um grande público de acesso não doméstico – a partir das redações, universidades e escritórios públicos e particulares conectados à internet. Os grandes portais de conteúdo, por sua vez, exercem o atrativo das chamadas de primeira página, divulgando seus blogs “oficiais” para todos os assinantes. O blog independente, geralmente, tem um círculo de frequentadores mais restrito, que toma conhecimento do blog por intermédio de outras pessoas, por links em outros sites e blogs. Por isso, a realidade é bem diferente, tanto em termos de acesso, quanto na participação dos leitores através do espaço para comentários. Muitos visitantes provêm de links presentes em outros sites. “Somente 5 ou 7% vêm do Google, e os outros 60, 65% vêm de direct address ou bookmarks, ou seja, pessoas que escrevem a URL do blog no browser, elas mesmas, ou já o têm incluído entre os favoritos.
Não se pode esquecer que a interação discursiva horizontal deve ser compreendida dentro de sua apropriação pelas pessoas envolvidas na construção coletiva de debates políticos. Assim, as diferentes posições adotadas por estes emitentes contribuirão para conformar o tipo de debate que acontece. O funcionamento de um weblog varia de acordo com seu titular, mas, em geral, obedece à voz autoral (do emissor primário), que determina o assunto em torno do qual os comentários (de emissores secundários) irão girar.
Os jornalistas cumprem a função de organizadores autorizados da informação on-line. Como outros filtros, têm sua credibilidade originada fora da web, na medida em que os usuários muitas vezes procuram sites de instituições “confiáveis", como os de universidades e da própria imprensa, por já conhecê-las e avaliá-las a partir de parâmetros estabelecidos externamente. É preciso também atentar para esta nova demanda, a responsabilidade de encontrar conteúdo e orientar leitores, organizando a dispersão característica da web.

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