GRUPO 5 – Andréia Carvalho, Grasiano Souza e Roseli Lara
Disponível em:
http://www.bocc.ubi.pt/pag/abiahy-ana-jornalismo-especializado.pdf
Reflexão do grupo
A sociedade da informação está imersa na globalização, com um avassalador monopólio midiático. Assim, embora sejam fartas as informações, o acesso não é democrático. Prova da concentração midiática pode ser vista nos Estados Unidos, onde seis conglomerados controlam o mercado de livros, jornais e revistas, que concentram os lucros para um mesmo produtor cultural, embora para públicos diversificados e, ao mesmo tempo, segmentados.
Neste processo de avanços tecnológicos houve também transformações no perfil do público e dos jornalistas. Enquanto são formados os conglomerados de comunicação, dentro dos veículos ocorre um processo inverso à concentração: as editorias passam a ser especializadas. Os jornalistas, formados para coberturas gerais, tiveram que se aproximar de públicos específicos. Mas, aí surge a pergunta: as editoriais especializadas contribuem para aprofundar as matérias jornalísticas? Outro desdobramento é a dificuldade de definir quem é o público e já não interessam produções para massa, mas produtos especializados para mercados exigentes e específicos. É paradoxo de uma mídia global ao mesmo tempo segmentada, visto, por exemplo, na internet, que propõe produtos para o mundo, mas com consumo individual.
Numa sociedade com interesses e escolhas individualistas, acima do engajamento coletivo, o jornalista enquanto selecionador de informações deve publicar o que o público precisa saber ou o que o público quer saber? A escolha de um assunto de interesse coletivo se torna cada vez mais difícil, já que o público está se fechando em interesses particulares. Assim, o jornalista passa a se dedicar a publicações cada vez mais especializadas. É uma estratégia para atingir públicos cada vez mais distanciados entre si, com a formação de audiências específicas e lucros maiores.
Refletindo sobre o perfil do profissional no jornalismo especializado, vale lembrar que não bastam as noções gerais obtidas na faculdade, mas um referencial teórico imprescindível para a atividade, visto que a fase artesanal deu lugar a especialização e o mercado deseja profissionais bem preparados em determinada área do saber, não apenas com formação em jornalismo.